Informalmente, conhecimentos conectam-se e ajustam-se fazendo uma rede de associações e ligações que se organizam e são armazenadas em lugares tão misteriosos em nosso cérebro que muitas vezes apenas nosso Criador sabe onde estão. Mas, a uma pequena solicitação de uma necessidade corporal ou mnemônica, este conhecimento “explode” e vem à tona.
Aprendemos até ao momento de nosso último suspiro e estamos sempre suscetíveis a assimilar conteúdos a nós expostos pelo mundo que nos rodeia. Alguns mais e outros em menor escala, mas todo ser humano tem potencial de córtex cerebral para ser estimulado, assistematicamente e sistematicamente. Um estímulo resulta em conexões, que resultam em sinapses (comunicações de neurônios) e respostas corporais. Estímulos geram aprendizado e como consequência, mudam o comportamento do homem.
Alguns conseguem aproveitar as facilidades para aprender através das estratégias cognitivas e corporais que impulsionam este processo. Cada pessoa aprende do seu modo, estilo e ritmo, ou seja, uns são mais centrados na visualização (visuais), outros mais auditivos, outros focado na leitura/escrita (aprendizagem por meio de textos) e existem ainda os ativos, que só aprendem fazendo e praticando. O ser criado à imagem e semelhança de Deus, aprende mais com exemplos práticos do que com palavras e teorias. Mas por que alguns tem tanta dificuldade para captar, organizar e/ou armazenar os conteúdos sistemáticos do ensino? Somos feitos de modo ímpar e essa diversidade gera a complexidade que existe em nossa mente, portanto vários fatores são responsáveis por isso: causas físicas (transitórias ou permanentes); sensoriais; neurológicas; emocionais; intelectuais ou cognitivas; educacionais; sócio- econômicas; etc.
Existem casos que precisam de diagnóstico especial, com intervenção de um profissional, outros, necessitam apenas de ajustes de foco, ora pessoal, ora familiar, ora escolar. Nestes então, o que fazer? Como agir para que o indivíduo em questão rompa suas barreiras e avance desenvolvendo seu potencial cognitivo?
Para tanto, é preciso respeitar cada um, com suas características. A comparação permitida deve ser consigo mesmo, entenda que existem vários tipos de inteligências e que todas devem ser exploradas. Em nosso cérebro não podemos taxar uma situação ou prognóstico como irreversível e estático, o ser humano é uma “caixinha de surpresas”. Aja trocando conhecimento e não com postura soberba, como docentes arcaicos. Redimensionar o erro, não o considerando fracasso, mas tentativa de acerto e possibilidade de retomada de ação.
Jesus, o Mestre, por excelência sabia ensinar. Percebia a forma especial que cada um com quem convivia aprendia: Quem captava o ensino só por ouvir, quem precisava de exemplos práticos, quem tinha necessidade que se repetisse mais de uma vez, quem precisava perguntar, quem tinha um jeito peculiar de reter o ensino, assim Ele conduzia. Para cada um Ele se fez acessível e conseguiu despertar o que havia de melhor em seu potencial. Sigamos este divino exemplo e, como pais, líderes, discipuladores, profissionais, etc, busquemos nos adaptar ao nível de cada um com quem convivemos, para que a troca do que já assimilamos no decorrer da vida possa se dar de modo natural e assim, contribuamos para o desenvolvimento do nosso próximo de forma dinâmica.
Pra. Francis Reis – Fonoaudióloga e Psicopedagoga